Billingsley fala sobre a quarta temporada

Por Ralph Pinheiro, especial para o TB.

O ator John Billingsley (Dr. Phlox) em entrevista ao TrekNation disse gostar desta quarta temporada e fala sobre o futuro da série.

Alguns pontos principais:

“Nós estamos (gravando) no episódio número oito agora. O primeiro duplo arco foi sobre os nazistas, que francamente eu poderia ter ficado sem fazer. O terceiro episódio (“Home”), eu achei de uma força linda, e refere-se ao nosso retorno a casa e o ajustamento de cada um… você sabe, eu poderia dizer quantos arranjos teve o capitão de fazer para completar sua missão, e que ramificações emocionais ocorreram. Depois o quarto, quinto, sexto episódios (Borderland, Cold Station 12, The Arguments) foram o arco de Brent Spiner. E agora nós estamos com a promessa de serem três arcos não muito longos sobre o efeito da guerra civil vulcana. Eu não estou muito presente nestes episódios, que daria para eu vir tomar um café com você à sexta de manhã.”

A história dos nazistas, no fim da terceira temporada, levou a Enterprise ao século 20. Isto foi uma quebra de seqüência para um episódio que tinha ligação com o arco Xindi, deixando muitos fãs surpreendidos, como disse Billingsley, “Pessoalmente se eu nunca mais visse os nazistas no cinema outra vez, eu seria um homem feliz, de qualquer modo, eles adaptam, maneiras ou modelos em qualquer série. Este é o vilão de Jornada. Eu não colocaria meus pés nestes sapatos (referindo-se aos roteiristas); não sei o que eles estavam pensando. Mas tive a mesma reação quando eu vi o episódio. Eu realmente gostei do fim da terceira temporada, e creio que eles fizeram um belo trabalho de manter a tensão até o fim, para ver o último momento – o momento do clifhanger – ser alguma coisa como um ‘tapa na testa’ ”.

Assim como a solução da história nazista, é sabido também que os dois primeiros episódios da quarta temporada trariam o fim da guerra temporal, que começou no primeiro episódio “Broken Bow”, uma mudança que John não discordou. “Eu definitivamente senti como se houvesse uma ordem lá do nível mais alto da emissora, ou do estúdio, para terminar esta guerra temporal imediatamente. Eu tendo a concordar, no meu ponto de vista, que a guerra temporal nunca decolou, a história foi atenuada, e precisou morrer. Ao mesmo tempo, acho que a emissora forçou-os a ligar tudo tão abruptamente neste caminho, de modo que eles tiveram de fazê-lo não tão hábilmente como deveriam. Então eu, pessoalmente, pensei e penso que isso aconteceu nesses episódios antes de começarmos a caminhada ao terceiro episódio.”

Do que é sabido sobre as futuras histórias, Enterprise está retornando ao seu passado. Ambos em termos de histórias – como a visita do ancestral do criador de Data, escravas oranianas, e um relato da história das guerras eugênicas – e também por detrás das cenas, com Brent Spiner (Data) tendo filmado uma apresentação no programa e rumores de haver negociações para a presença de Willian Shatner (Kirk). Mas seria uma boa coisa, ligar com o passado, ou deveria Enterprise nunca tentar se aproximar dele? “Eu não vou encontrar com qualquer escrava oraniana – diabos! – Eu não estava no set com elas!”, brinca Jonh, “Honestamente, eu não acho que isto leve a um caminho ou outro, aceito que as histórias estão consistentemente surpreendendo. Creio que talvez uma das críticas no passado tenha sido que a introdução de episódios individuais não foi tão cativante como poderia ter sido. Certamente não acho que tenha sido verdade que estivemos a margem durante toda a travessia das três temporadas, mas acho que necessitaram dar uma sacudida na série, como eu poderia dizer… bem, tivemos de dar uma sacudida na qualidade das histórias de modo a atrair uma audiência desde o princípio e mantê-la em suspense. Eu não acho que foi alguma coisa que nós tenhamos sempre alcançado.”

Contudo John pensa que uma positiva mudança tem sido alcançada agora, “Eu penso que alguns episódios desta temporada estão cheios de escaramuças e reviravoltas para talvez manter a audiência, no que creio ser o objetivo atual de qualquer história”, acrescentando ainda, “Se a audiência quer estar acompanhando a história, eles não querem estar a frente da história. Se existe algum valor ou não em ter histórias que mexam com personagens de episódios passados, acho que nem uma coisa e nem outra. Se tivesse de remexer em personagens de episódios passados, mas os episódios em que eles estivessem fossem fracos, não faria muita diferença.”

Como a maioria dos atores, John acredita que a aquisição de Manny Coto para a turma de roteiristas foi boa, “eu amo Manny, eu penso que ele é um escritor surpreendente”, diz John, “Acho que ele produz muito para a série. Eu sempre tenho de prefaciar isso, dizendo que não é de nenhum modo algum tipo de reflexão sobre os roteiristas que tivemos. Escrever para televisão é uma das mais difíceis coisas. Acho que Manny traz um elemento a mesa que poderia ter sido perdido, e acho que existe uma grande boa vontade em trazer a mesa algo mais sujeito a discussões do qual eu aprecio.”

Particularmente John gosta da estrutura da quarta temporada. “Eu não sei muito sobre a limitação orçamentária, eu não sei o bastante sobre qual é o mandato da Paramount…Baseado no que eu tenho visto, acho que existe uma real força de fazer estes mini arcos de três ou quatro episódios. Isto permite uma narrativa de história mais expansiva. O primeiro mini arco que envolve a Guerra Eugênica foi forte, e acho (embora não tenha participação muito grande) o mini arco sobre a guerra civil vulcana, com base nos scripts que li, muito forte.”

Perguntado se os fãs do Dr. Phlox podem vê-lo mais substancialmente na tela desta vez, disse “Provavelmente minha resposta apropriada, e eu desculpo por isso, é que eu estava muito ciente quando a temporada começou – eu estava ciente quando a série começou – que eu estava sendo usado em capacidade de apoio. Como as temporadas progrediram, a ordem de ambos a emissora e o estúdio era enfatizar a ação, a aventura e o apelo sexual – num gasto no desenvolvimento de personalidades que honestamente – fiquei sem muito o que fazer para este ano. Então qualquer coisa neste ponto é uma espécie de surpresa, realmente não tem sido muito para mim este ano. Mas tudo bem. Eu recebo um belo cheque, e eu gosto do pessoal com quem trabalho, você sabe, e vem o fim do dia, hey, isso é ótimo!”

Por causa disso, John explica que não tem muito contato com os roteiristas sobre sua atuação. “Eu não posso dizer que seja verdade sobre todos os atores da série, mas eu estou certo de que Scott (Archer) tem muitas conversas com os roteiristas. Eu suspeito que Jolene (T’Pol) e Connor (Trip) também o façam, e isto convém aos seus status como líderes da série. Para o resto de nós, marca é marca. Simplesmente, existem poucas oportunidades para conduzir meu personagem em direções inexploradas ou inexperadas. Se e quando um script aparece, se e quando eu então tenho perguntas, chamo eles (os roteiristas) e inicio uma conversa. Os roteiristas nunca tem a iniciativa de conversação comigo, e eu posso somente presumir que seja porque eles tem estado satisfeitos com a direção que todos nós escolhemos para seguir com o personagem.”

John não está confiante que a série dure muito, “Eu penso que eles querem os 100 episódios para o syndicate”, explica John, “Nós teremos (a série) esse ano. Dada a relutância da UPN em pagar taxa total, e dado o fato que números são números, e eles não estão querendo mudar, eu não sei se haverá bastante incentivo econômico para a Paramount fazer déficit financeiro de 22 ou 24 episódios numa temporada para ir além deste ano. Eu não quero falar contra meu próprio programa, eu espero que ele continue. Eu fiz hipoteca para pagar e eu gosto de ir trabalhar todo o dia, em um mercado incerto é uma grande coisa. Mas como homem de negócios que pode felizmente olhar as coisas pragmaticamente, eu posso entender se a Paramount colocar o programa na prateleira, por a franquia na prateleira por uns poucos anos, e trazê-la de volta, após algum tempo, com nova tripulação e uma marca para o novo modelo (de série).

Campanhas de fãs focam freqüentemente para que a série mude para outra emissora da rede se xxx. Mas John não está otimista que isto acontecesse com Enterprise num eventual cancelamento, “Eu acho que a Paramount poderia teoricamente leva-la (a série) para qualquer lugar, mas o problema é que existem certos custos fixados. A série custa 1.6 milhões de dólares, e eu não acho que eles queiram baixar de 1.6 milhões. Talvez eles pudessem chegar a 1.2 milhões, mas ainda assim seria muito caro para um canal de Ficção Científica. Eles não puderam manter a série “Farscape”, e ela foi a mais alta audiência na classificação das séries, porque eles pensaram que era muito cara. Então a idéia que vem é ir para outra estação, bem.. alguém coça a cabeça a diz ‘Que tipo de estação?’ Eu sei que isso já foi vinculado, que….. uma das possibilidades é que nós deixemos a UPN para irmos a outro lugar. Mas eu não sei onde seria.”

Quando perguntado se o programa tem uma chance de crescer seus números agora, que está nas sextas a noite, Billingsley disse, “Não. Se eu sou o cara dos números, o que eu estou examinando é que podem eles manter a audiência? Eu não estou falando sobre altos números que nós tivemos sido capazes de obter em ocasionais raras nos episódios de semana. Eu estou falando se podemos manter a média dos números que obtivemos na última temporada. Se nós podemos manter isto, se nós podemos segurar isto, então se as novas ofertas da UPN não forem extremamente boas, e consequentemente a UPN não for capaz de atrair um talento de nível A na próxima temporada, e conseqüentemente suas habilidades para renovar a marca do modo anteriormente mencionado não forem bem sucedidas, então eles podem dizer: ‘Hey, vamos levar a meia força e manter Enterprise para um outro ano as sextas a noite, nós não podemos fazer mais’. Mas isto leva a questão de se eles estarão ou não sempre preparados para pagarem mais de 800 mil (dólares) num episódio. E pergunto outra vez se a Paramount está com vontade de comer mais de 20 milhões por ano em custos fixos. Eles não podem ser cortados”.

Uma das coisas que prevaleceu a maioria das cidades (americanas) foram as promoções de novas séries, mas nenhuma promoção de Enterprise. A UPN não poderia ser cirticada por não fazer propaganda para crescer o número de telespectadores, disse John, “A UPN quis ver, eu suponho, se Enterprise poderia crescer a audiência da base dos fãs de Jornada. Eles promoveram a série durante as primeiras três a quatro semanas da primeira temporada. Quando tornou-se visível que eles não poderiam mais fazer isso, os chamados não-fãs que devido a curiosidade afinaram nas primeiras poucas semanas e deram nos grandes números para nossos padrões, acharam que isto era Jornada. A UPN neste ponto decidiu qual é o índice? A base dos fãs de Jornada encontrará. Os que não são fãs de Jornada não irão assistir. Ultimamente este é a linha base do negócio, e eu não sei se, do ponto de vista deles, colocar mais dinheiro em propaganda e promoções do programa cresceriam significativamente as audiências… Eu não acho que Lês Moonves, que essencialmente agora assumiu o controle da UPN e Paramount , seja um grande fã desta série. E eu não estou inteiramente certo se ele é um grande fã da franquia. Então outra vez não falaria favorável a probabilidade de nossa continuação.”

A entrevista completa de John Billingsley encontra-se no site Trektoday.

Fonte: Trek Today