Atores e produtores falam de “Stigma”

A respeito do que será possivelmente o episódio de maior relevância social da temporada, os produtores e atores não estão poupando esforços para divulgar “Stigma”, o próximo inédito de Enterprise, que vai ao ar na quarta-feira nos EUA.

A rede UPN começou a exibir um pequeno esquete de três minutos com entrevistas do elenco e dos produtores a respeito do episódio, que faz parte de uma campanha de conscientização em torno da Aids.

O documentário, que está disponível para download no Mr.Video (embora seja dificílimo conseguir uma conexão para descarregar o material), mistura comentários dos criadores e atores com cenas do episódio, em que T’Pol descobre ter contraído uma doença como a Aids, chamada síndrome Pa’nar.

“Eu acho que é muito apropriadamente chamado ‘Stigma’, porque a doença tem um estigma”, disse Jolene Blalock (T’Pol). “Você sabe, muitas pessoas boas e amáveis e solícitas e bem-intencionadas — elas querem olhar para isso.”

Mas as vítimas da síndrome Pa’nar também são criticados pelo método de contração da doença — o elo de mentes. Como um Vulcano descreve, “Nós não apoiamos os atos íntimos que essas pessoas cometem. Elas desafiam tudo pelo qual nossa sociedade luta.”

“Achamos que seria uma idéia interessante se os Vulcanos que fossem capazes de fazer elos de mentes fossem uma minoria e uma minoria estigmatizada”, disse o produtor-executivo Brannon Braga. “Porque é considerado um ato estranho e íntimo que a sociedade Vulcana não aceita, e tem essa doença terrível que pode ser transferida por elos de mentes.”

Incerto de como tratar a doença terminal, Phlox planeja consultar discretamente um grupo de médicos Vulcanos numa conferência médica, mas encontra um preconceito contra as vítimas — algo que o capitão Archer não consegue entender muito bem. “Meu personagem fica chocado que a) isso existe na cultura deles e b) que esses médicos não querem divulgar informações sobre isso porque eles querem que desapareça, eles querem ignorar”, disse Scott Bakula (Archer).

O episódio foi escrito por Rick Berman e Brannon Braga, como parte da contribuição de Enterprise para a campanha de conscientização do HIV/Aids promovida pela Viacom, empresa-mãe da Paramount. “À moda da ficção científica, e mais especificamente na tradição de Jornada nas Estrelas, decidimos criar a premissa com metáforas”, disse Berman. “Lidamos com uma situação alienígena, algo que iria transformar a idéia toda, a iniciativa toda, em uma visão de um outro ponto de vista.”

Blalock está feliz de como a série está tratando a luta de T’Pol como vítima de uma doença como a Aids. “Basicamente falamos de como lidar com isso. Como lidamos ao viver com isso, como lidamos ao tratar disso, e como lidamos com pessoas lá fora que preferem ignorar isso? Eu acho que é muito sábio, eu acho que é um ângulo que não muitas pessoas olham.”

Para Scott Bakula, outro fator interessante é o uso do famoso ‘elo de mentes Vulcano’ como propulsor para a história. “O que é ótimo sobre esse episódio é que ele vira do avesso a coisa toda do elo de mentes Vulcano”, ele disse ao Zap2It. “Vai deixar as pessoas doias. A coisa favorita sobre os Vulcanos, sempre, foi essa habilidade de elo de mentes, e o fato é que, em sua origem, não era uma coisa percebida positivamente em Vulcano. É uma grande história a adicionar à coleção.”

Rick Berman explica mais. “Isso é algo que seria diferente na época de Kirk ou Picard, mas em nosso século há definitivamente um estigma contra as pessoas que vão contra os costumes e políticas normais e tentam esse ato emocional e íntimo de elo de mentes.”

Para John Billingsley (Phlox), episódios como “Stigma” são o melhor que há — alegorias, no melhor estilo da Série Clássica. “É o que fez da primeira série um sucesso. Eles falavam de questões contemporâneas.”

Billingsley diz que Enterprise normalmente não tem um foco social. “Essa série é mais preocupada com ação-aventura. Eles estão tentando atingir a audiência masculina dos 18 aos 35 anos. É uma pena de certo modo, jogar com um alvo demográfico.”

Dominic Keating (Malcolm Reed) também é a favor de mais alegorias e acabou de sugerir uma história que trabalha questões ambientais contemporâneas. “Eu sugeri uma alegoria para a devastada floresta equatorial sul-americana”, disse.