A Star Trek Monthly, publicação inglesa voltada ao universo de Jornada, traz em sua centésima edição uma entrevista com Kate Mulgrew (capitã Janeway).
Durante a conversa com Ian Spelling, Kate contou como tem sido sua vida desde o fim de Voyager em maio de 2001. Ela falou sobre a intensidade da campanha do marido para o governo do estado de Ohio e em que aspectos a política é diferente da atuação.
Mas o ponto alto do artigo foi quando a atriz, que interpretou a primeira capitã no comando de uma série de Jornada nas Estrelas, expressou a gratidão aos colegas e aos fãs pela amizade e apoio, principalmente com relação ao Entertainment Extravaganza que ela promoveu em agosto – evento que levantou fundos para a campanha política do marido.
“Eu tenho que dizer, o ‘Extravaganza’ foi ótimo”, conta Mulgrew. “Rapaz, sempre que me questiono sobre o que era mais maravilhoso em Voyager tenho que dizer que foram as amizades. Todas essas pessoas, os atores e fãs, vieram em seu tempo livre e com o seu dinheiro e se comprometeram completamente com o dia, com o fim-de-semana na verdade. Bill Shatner [capitão Kirk] veio de Louisville. John de Lancie [Q] e sua esposa, Marnie, vieram. Muitos dos meus colegas de Voyager [incluindo Robert Picardo, Garrett Wang, Robert Duncan McNeill e Tim Russ] apareceram também e os que não apareceram, foi porque estavam trabalhando”, diz.
Durante a exibição de Voyager, a atriz freqüentemente levantou discussões controversas – muitas das quais não eram bem recebidas. Mas sempre teve um retorno muito positivo do fandom. “Eu não me surpreendi nem um pouco em receber tanto apoio dos fãs. Essas pessoas estão acostumadas comigo, às minhas filosofias e minha política. Não sei se todos concordam com tudo o que digo, mas eles respeitam a minha opinião e por isso sou muito grata”.
Quando perguntada sobre a capitã Kathryn Janeway, Kate admitiu que sente falta do papel até hoje e fez alguns comentários interessantes sobre a atuação em Jornada. “Tenho saudade da Kathryn e da recompensa do trabalho”, Mulgrew revela. “Eu não sou uma política. Fazer campanhas não é algo natural a mim. Eu sou uma atriz. E ser capaz de fazer isso todos os dias durante sete anos foi um grande presente. Eu sinto falta de interpretar todos os dias uma personagem tão maravilhosa. Por mais que tenhamos explorado Janeway profundamente, a verdade é que eu queria ir além. O que fazia o relógio dessa mulher tiquetaquear? Quanto ela deu de si, pessoalmente, enquanto esteve lá fora? Eu sinto que poderia ter feito a série por mais sete anos e ainda não saberia tudo sobre ela. Você tem que entender que ‘Jornada nas Estrelas’ não se alonga de forma muito profunda, uma personagem ou caracterização muito complexa. Você sabe que isso não acontece. É um gênero altamente estilizado e é baseado na ciência. O dilema é um dilema moral e estamos falando de eventos ocorrendo no século 24, no quandrante Delta. Então, é claro, eu não posso explorar as nuances e complexidades de Janeway como exploraria com uma heroína de Ibsen, por exemplo. Esse é o meu desejo natural como atriz: explorar, explorar, explorar. Então muitas vezes eu tinha que aprender a disciplinar o meu desejo e encontrar meios de contorná-lo”.
E sobre a “promoção” a almirante em Nemesis? O que ela tem a dizer? “Foi interessante: o uniforme que coloquei foi o da almirante Janeway, não o da capitã Janeway. Há uma diferença. Não é só um uniforme para mim. Você tem que entender, essas especificidades são importantes para um ator. Certamente, eu não sou mais a capitã em uma nave intrépida que esteve perdida no espaço por tanto tempo. Agora eu sou a almirante – aterrissei em uma posição de alto comando. Então, como a atriz, mesmo durante aquela uma hora ou duas que estive ali, eu tentei levá-la a outro nível”.
O artigo completo pode ser encontrado na edição de janeiro de 2003 da Star Trek Monthly.
Fonte: Totally Kate