ESPECIAL: Esperando Enteprise

Nesta nota vamos analisar um pouco do estilo de Brannon Braga, co-criador, produtor-executivo e roteirista-chefe da nova série de Jornada nas Estrelas, Enteprise. Acredito ser este um tópico importante, pois poderá fornecer algumas pistas sobre o que esperar dos roteiros da próxima série. Aqui estarei me referindo aos anos de Braga em Voyager (em uma nota anterior tratei dos seus tempos na Nova Geração).

Brannon Braga esteve com Voyager pelos sete anos em que a série foi produzida, se ligando ao staff da série imediatamente após o final da Nova Geração. Em Voyager ele galgou todos os postos de produtor a produtor-executivo na quinta temporada. A passagem de poder se deu de Jeri Taylor (co-criadora da série e produtora-executiva creditada nas quatro primeiras temporadas e consultora nas 3 últimas) para Braga de uma maneira gradual, desde o final da terceira temporada. Braga já tocava DE FATO a série em meados da quarta temporada. Com o retorno definitivo de Joe Menoski, a partir da terceira temporada, Braga encontrou o seu mais tradicional parceiro, até aqui, em Jornada nas Estrelas. Os dois escreveram inúmeros episódios juntos, como vocês podem constatar na lista abaixo.

(Ao contrário do que muitos pensam, foi Menoski o grande parceiro de Braga em Jornada nas Estrelas, não Ronald D. Moore.)

Os roteiros de Menoski usualmente tendem, assim como os de Braga, para o bizarro. Mas podemos perceber um real interesse por tópicos de relevância não somente estética, tais como: História, Mitos, Comunicação, Evolução, Civilizações antigas etc. Menoski deixou Voyager (e Jornada Nas Estrelas) ao final de sua sexta temporada e (reza a lenda) com muita mágoa dos demais produtores, especialmente de Braga. Seus roteiros da sexta temporada (especialmente “The Muse”) podem ser interpretados como um protesto sutil aos bastidores da produção daquela série.

Braga foi se afastando gradualmente de Voyager a partir de meados da sexta temporada (para se dedicar a Enterprise), sendo substituido por Kenneth Biller. Braga se tornou consultor na última temporada da série.

(Após o final de DS9, Ronald D. Moore, considerado por muitos o maior roteirista da História de Jornada nas Estrelas, se transferiu para Voyager, para trabalhar naquela série e ajudar a criar a sua sucessora, na época referida apenas como “Série V” e agora por Enterprise. Reza a lenda que, devido as manipulações de bastidores de um ciumento Braga, Ron não suportou um ambiente de trabalho tão hostil e deixou a série com apenas 3 episódios regulares produzidos na temporada.)

OS NÚMEROS DE BRAGA EM VOYAGER:

Seguem abaixo os episódios que Braga teve QUALQUER TIPO de colaboração creditada em sua escrita. Os episódios estão apresentados em ordem decrescente de qualidade.

Para cada episódio temos: a temporada de origem, a colocação do episódio (variando de #1 a #172) no ranking, percentual de aproveitamente do episódio (100% corresponde ao primeiro colocado e 0% corresponde ao último colocado no ranking), se o episódio foi escrito integralmente (SOLO) por Braga ou não e se o episódio foi escrito junto com Joe Menoski (COM JOE MENOSKI) ou não.

(Foram usados valores de referência do site de votação popular: SOS. Foram usados dados referentes apenas a Voyager e as conclusões foram tiradas estritamente no contexto daquela série.)

“Timeless” (T5 – #1 – 100% – COM JOE MENOSKI),
“Scorpion I” (T3 – #2 – 98.4% – COM JOE MENOSKI),
“Living Witness” (T4 – #4 – 95% – COM JOE MENOSKI),
“Drone” (T5 – #5 – 93.5% – COM JOE MENOSKI),
“Year Of Hell” (T4 – #6 – 93.5% – COM JOE MENOSKI),
“Prey” (T4 – #7 – 91.9% – SOLO),
“Endgame” (T7 – #9 & #10 – 90.3%.),
“Someone To Watch Over Me” (T5 – #11 – 90.3%.),
“Latent Image” (T5 – #12 – 88.7% – COM JOE MENOSKI),
“Dark Frontier” (T5 – #13 & #14 – 88.7% – COM JOE MENOSKI),
“Scorpion II” (T4 – #18 – 87.1% – COM JOE MENOSKI),
“DeadLock” (T2 – #22 – 87.1% – SOLO),
“Distant Origin” (T3 – #23 – 87.1% – COM JOE MENOSKI),
“Life Line” (T6 – #24 – 87.1%.),
“Hope and Fear” (T4 – #28 – 85.5% – COM JOE MENOSKI),
“Future’s End I” (T3 – #34 – 83.9% – COM JOE MENOSKI),
“Unimatrix Zero I” (T6 – #35 – 83.9% – COM JOE MENOSKI),
“Year Of Hell II” (T4 – #37 – 83.9% – COM JOE MENOSKI),
“Author, Author” (T7 – #42 – 82.3%.),
“Memorial” (T6 – #46 – 82.3%.),
“Equinox I” (T5 – #49 – 80.6% – COM JOE MENOSKI),
“Unimatrix Zero II” (T7 – #51 – 79.0% – COM JOE MENOSKI),
“Future’s End II” (T3 – #57 – 77.4% – COM JOE MENOSKI),
“Projections” (T2 – #61 – 77.4% – SOLO),

“Equinox II” (T6 – #66 – 74.2% – COM JOE MENOSKI),
“The Killing Game I” (T4 – #67 – 74.2% – COM JOE MENOSKI),
“11:59” (T5 – #70 – 72.6% – COM JOE MENOSKI),
“Human Error” (T7 – #73 – 69.4%.),
“Phage” (T1 – #76 – 67.7%.),
“Remenber” (T3 – #85 – 66.1% – COM JOE MENOSKI),
“Parallax” (T1 – #97 – 62.9%.),
“Think Tank” (T5 – #100 – 62.9%.),
“FlashBack” (T3 – #104 – 62.9% – SOLO),
“Dragon’s Teeth” (T6 – #106 – 61.3% – COM JOE MENOSKI),
“The Cloud” (T1 – #108 – 61.3%.),
“Night” (T5 – #110 – 61.3% – COM JOE MENOSKI),
“Macrocosm” (T3 – #116 – 58.1% – SOLO),
“Emanations” (T1 – #127 – 53.2% – SOLO),
“The Killing Game II” (T4 – #129 – 53.2% – COM JOE MENOSKI),
“Fury” (T6 – #136 – 50%.),
“The 37’S” (T2 – #138 – 48.4%.),
“Cold Fire” (T2 – #141 – 46.8%.),
“Non Sequitur” (T2 – #142 – 45.2% – SOLO),
“Cathexis” (T1 – #144 – 45.2%.),
“WarHead” (T5 – #156 – 35.5%.),
“The Darkling” (T3 – #160 – 32.3% – COM JOE MENOSKI),
“Rise” (T3 – #164 – 22.6%.) e
“Threshold” (T2 – #171 – 3.2%.)

É, da experiência do autor, que um episódio para ser julgado “sólido”, deve ter um aproveitamento de (aproximadamente) 75%, ou superior. Episódios com aproveitamento de (aproximadamente) 85%, ou superior, são considerados “grandes sucessos”.

Sendo assim os trabalhos (em número de 17) de maior destaque de Braga em Voyager são: “Timeless”, Scorpion I”, “Living Witness”, “Drone”, “Year Of Hell”, “Prey”, “Endgame”, “Someone To Watch Ove Me”, “Latent Image”, “Dark Frontier”, “Scorpion II”, DeadLock”, “Distant Origin”, Life Line” e “Hope And Fear”.

Levando em conta os episódio “sólidos” da série, Braga trabalhou em 26 deles: “Timeless”, Scorpion I”, “Living Witness”, “Drone”, “Year Of Hell”, “Prey”, “Endgame”, “Someone To Watch Ove Me”, “Latent Image”, “Dark Frontier”, “Scorpion II”, DeadLock”, “Distant Origin”, Life Line”, “Hope And Fear”, “Future’s End”, “Unimatrix Zero I”, “Year Of Hell II”, “Author, Author”, “Memorial”, “Equinox I”, “Unimatrix Zero II”, “Future’s End II” e “Projections”.

(NOTA1: Assistam a estes 50 episódios que, com certeza, contém as bases para vários episódios futuros de Enterprise.)