O TrekToday permanece na liderança entre os sites internacionais de Jornada, ao trazer a primeira entrevista feita para um veículo gerido por fãs do franchise com um membro do elenco da nova série. Anthony Montgomery (Travis Mayweather) concordou em ceder uma longa entrevista a AntonyF, ex-colaborador do site Fandom, e agora do TrekToday. Confira a tradução na íntegra, em que o ator fala do prazer de estar em Jornada, a liderança de Scott Bakula e a luta para conseguir o papel.
AntonyF
do TrekToday
Uma natureza inquisidora, entusiasmo e um desejo de explorar são todos traços que a maioria dos fãs acreditam que abracem o melhor do franchise de Jornada nas Estrelas e dos personagens que o habitam. Com a quinta série, Enterprise, perto de estrear nos EUA, Anthony Montgomery é inegavelmente feito para seu papel como Travis Mayweather, o piloto da nave. Sua personalidade afetuosamente positiva é inevitável, e ele naturalmente encarna esses traços de personalidade que sempre esperamos ver em Jornada.
Embora ele já tenha feito várias entrevistas para promover a nova série, Anthony permanece feliz em falar sobre seu mais novo papel. Todos os olhos podem estar sobre Enterprise, mas seu primeiro contato com o franchise foi na verdade com seu predecessor, Voyager. “Eu fiz audição com Ron [Surma, diretor de elenco] dois anos atrás para um episódio de Voyager”, ele explica. “Eu não peguei o papel, mas comecei uma grande relação com aquele escritório de elenco. Ron me trouxe de volta há [mais ou menos] oito meses, para um papel como filho de Tuvok [em “Repression]. Não era uma presença que estaria de fato lá, seria uma transmissão de computador. Ficou entre eu e um outro cara [Ronald Robinson], e o outro cara aparentemente parecia mais alienígena que eu, e foi por isso que ele pegou o papel.”
Anthony voltaria mais uma vez, para a audição de Enterprise. “A relação já estava estabelecida, e quando eu recebi o telefonema eu tinha acabado de filmar um piloto. Estava saindo na quarta para ir filmar, e eles me ligaram na sexta anterior e pediram para passar lá na segunda, [e eu] me encontrei com Ron. Ele sabia que eu estava saindo, e perguntou se eu voltaria e encontrar os produtores na terça. Eu fiz, e conheci Rick Berman, Brannon Braga, Jim Conway (que é o diretor), e acho que conheci Merry Howard naquele dia também. Eu deixei a cidade para filmar, e logo que eu deixei a cidade a Paramount me ligou, e quanto eu voltei à cidade, no domingo, meu agente disse que estava tudo fechado. O acordo do teste veio na segunda-feira, eu fui, fiz o teste na terça, e fui para a Paramount. Eu não precisei fazer teste para a UPN porque aparentemente o acordo ainda não estava feito naquele momento. Eu apenas conheci os executivos na Paramount, fui ao escritório do meu agente e descobri dez minutos depois, literalmente dez minutos depois de deixar o set. Eu estava no escritório dela por alguns minutos quando o responsável ligou e me escolheu para a série.”
Qual foi sua reação à notícia? “Eu gritei, eu gritei bem alto”, ele conta. “Eu apenas ri e devolvi a ela o roteiro que estava lendo. Foi algo como, ‘Acho que não vou fazer audição para isso’. Foi ótimo, e muito divertido, todo o processo. Somos atores, mas somos profissionais de audição, até onde sei, até o momento em que pegamos um trabalho, e nós pegamos muito menos trabalhos do que procuramos.”
“Eu não pus nada mais na audição do que eu tinha. Eu disse que ia dar a eles tudo que eu tinha, e seria decisão deles e de Deus se eu iria ou não pegar o papel. Alguns papéis aparecem, outros não. Em alguns, eu realmente perdi a cabeça pensando que era minha culpa não ter conseguido o trabalho, e percebo que há muitas variáveis que você não controla nessa indústria. Então as coisas começaram a acontecer para mim.”
Anthony já assistiu Jornada antes, mas foi com a série original que ele cresceu. “Não nos anos 60, eu obviamente não era nascido naquela época”, explica. “Eu não era um Trekkie por qualquer sentido da palavra. Eu passava pelos canais, e, onde quer que a série estivesse, eu nunca mudava de canal. Mas eu não conseguia dizer semana após semana quem fez o que. Como a tecnobaboseira, eu nunca sabia o que todo esse negócio significava. Eu apenas sabia que era bem legal quando eu assistia. Isso sendo uma criança que adorava ler quadrinhos, e tinha uma imaginação que, para mim, não tem fronteiras. Eu sempre adorei o fato de que Jornada é um desses shows em que eles fazem coisas com sua imaginação que você nem sabia que eram possíveis. E eu adorava!”
Estrelando em Enterprise, Anthony está agora na incomum posição de estar num show que se passa antes da Jornada nas Estrelas que ele viu quando criança. Com cinco episódios já filmados, a temporada um está bem encaminhada. Esses episódios já estão embaçados, mas Anthony relembra sua primeira cena na ponte. “Como piloto, eu usualmente só apareço quando eles estão fazendo coisas na ponte, ou voando num shuttlepod. A primeira cena de que me lembro, que vem à mente, é estar na ponte com Scott Bakula, Jolene [Blalock], que está sempre na ponte como a Vulcana, Dominic Keating, que é o oficial tático que tem uma posição na ponte, e Linda Park, a oficial de comunicações. Ela fica à direita da minha câmera, da perspectiva da audiência ela se senta à minha direita. Nós cinco sempre estamos no set, todo o tempo. O engenheiro vem de vez em quando, e o oficial de ciências aparece de tempos em tempos. Mas nós cinco sempre estamos lá, então a primeira cena que eu lembro é estar com esses caras e a sensação de estar no leme e pensar ‘Esse é o meu show. Uau. Isso é ótimo’. Isso e rir alto –constantemente.”
Os atores de Jornada são conhecidos pela grande química dentro e fora do set, e Enterprise parece não ser exceção. “É tão divertido”, responde Anthony sem hesitação. “Todo mundo é ótimo, começando com Scott Bakula, que é nosso capitão. É fantástico trabalhar com Scott, e sendo ele tão experiente como é, ele é tão disponível para nós. Scott está aberto a nós sempre que precisamos dele. É ótimo. É como, ‘Bem, você fez isso por um bom tempo, o que você acha disso?’. E ele se senta com você, e é ótimo ter esse tipo de insight das pessoas.”
“É divertido trabalhar com um grupo como nós. Eu trabalhei com pessoas que não podiam ficar umas com as outras. Elas vinham, e a audiência não sabia que o elenco se odiava. Trabalhando com eles eu sentia algo como ‘Oh uau, isso não é legal’. Mas nós não somos assim, é ótimo que todos nós nos damos bem na frente e atrás das câmeras. Na verdade, nos damos pior na frente da câmera, com a Vulcana em especial.”
Anthony certamente se sente em casa com os outros membros do elenco. “É maravilhoso estar com um grupo de pessoas onde todos estão iniciando suas carreiras ao mesmo tempo. Todo mundo teve seus hits moderados, ou sucessos modestos. Mas, com exceção de Scott, os outros seis chegaram no time ao mesmo tempo. É ótimo, as garotas são como minhas irmãs e os rapazes como meus irmãos. É realmente legal. Um momento divertido.”
O entusiasmo de Anthony tem efeitos colaterais indesejados algumas vezes. “Esse não é meu primeiro trabalho”, ele diz. “É realmente engraçado, ter muitas pessoas me perguntando ‘Esse é o seu primeiro trabalho?’. Bem, não, não é! Mas eu sou desse jeito em cada trabalho que eu faço. Qualquer pergunta que eu tenha, eu faço. Eu pergunto constantemente. Eu sou inquisidor por natureza, e falo com Scott sobre isso.”
Jornada também é conhecida por ter atores que levam humor para o set. Gente como Tim Russ, de Voyager, são renomadas por serem brincalhões. Anthony pondera sobre quem é o piadista no elenco de Enterprise. “Acho que diria que sou eu, porque eu rio o tempo todo”, diz. “Mas piadista –bem, eu uso isso vagamente, mas quando eu ia pra escola, eu era o engraçadinho. Mas não era intencional, obviamente quando você está no colegia, quando você faz todo mundo rir e arrumar encrenca, você está tirando de alguém o que a outra pessoa deveria estar fazendo. Eu saquei isso, claro, sou crescido, sou adulto. Eu entendo que não posso ir para o set e fazer bagunça porque isso é um negócio, um grande negócio. Mas adoro o fato de que os produtores, o elenco e todo mundo me aceitaram pelo que sou. Isso é divertido para mim, é divertido estar pilotando uma nave espacial e meus pés nunca saírem do chão. Eu só falo o que é, e todo mundo é legal só de me deixar rir. Nos divertimos, mas eu brinco dentro dos parâmetros, eu não saio deles.”
Pode levar um tempo para o elenco se aclimatar, mas Anthony não acha que seu bom comportamento é só porque o show é novo. “Na verdade, eu pensei sobre isso, eventualmente todo mundo muda”, ele explica. “Mas não, eu sou assim, ou digo ‘Olá, senhor’, ou não digo nada. Este é um trabalho, e não apenas um trabalho, é uma carreira. Eu tenho formação em teatro e drama, estou fazendo o que disse que ia fazer. Eu sempre terei respeito porque são essas as pessoas que permitiram estar no telefone falando com você agora.”
Se Enterprise seguir o curso de suas três predecessoras, então irá durar sete anos. É certamente um longo tempo, e é fácil se sentir insatisfeito, já que outros atores já mostraram isso ao mostrar desapontamento pelo show em que trabalham. Entretanto, a natureza positiva de Anthony não permite que ele chegue a este ponto. “É divertido porque muitas pessoas ficam juntas para sempre, é como um monte de gente no set. Eles estiveram juntas por sete anos, quatorze anos. Muitas pessoas com quem eu estive passaram por várias equipes, e muitos elencos diferentes. Eles são como ‘Veremos como se sente na temporada três, no fim da temporada seis’. Bem, a realidade é que a vida irá apenas melhorar naquele momento. Então, ok, veja como eu me sinto naquele momento! Estou apenas tentando me divertir, eu não posso encontrar algo negativo. Eu não posso colocar uma coisa negativa nisso. Eu não posso dizer nada negativo sobre o que estou fazendo porque até onde sei não tem nada negativo. É um processo de crescimento, e é tudo novo, e vai ser divertido fazer parte da novidade de tudo isso.”
Anthony acha seu personagem intrigante, e certamente acha que pode trazer muita personalidade para o papel. “Travis é muito singular, porque cresceu em naves de carga”, ele explica. “Travis foi educado no espaço, então ele tem mais vislumbre da exploração espacial do que muitos outros membros da tripulação, incluindo o capitão. Seus pais trabalhavam em naves de carga, então ele foi capaz de ver muita coisa e ir a diferentes planetas, muito mais do que outros tripulantes. Para mim, como ator, será divertido encontrar o equilíbrio. Descobrir o feliz equilíbrio de usar a experiência de Travis, mas não ficar tão estático toda vez que o virmos, como ‘Capitão, vem outra tempestade iônica a frente’. Eu não quero nunca parecer como ‘Ok, preciso ir trabalhar hoje’. Quando meu despertador toca, e é ainda 5 da manhã, eu pulo feliz. Eu vou trabalhar hoje! Eu sinto como se estivessem me escolhido por quem eu sou, e que é quem eles querem que Travis seja. Travis é um explorador, sem piada. Então eu acho que pelo fato de eu ser inquisidor por natureza, eles tiveram uma sensação no processo de audição, e apenas em geral. Eu vou levar tanto de mim mesmo quanto possível para o universo de Jornada.”
Anthony não sabe qual o arco de desenvolvimento que seu personagem terá, mas isso não o preocupa muito. “Eu não sei. Não estou certo”, ele admite. “não falamos realmente sobre isso. Falamos sobre o personagem de Connor Trineer, Trip o engenheiro, ele e Travis são grandes amigos. Você verá sua relação ser explorada. É basicamente o que sei do que virá nos episódios futuros, e você já viu vislumbres disso em coisas que ele e eu fazemos juntos nos episódios que estamos filmando agora. Então você verá mais disso explorado, mas eu acho que eles querem integrar todo mundo com todo mundo o máximo que puderem. Não estou certo do que eles planejaram, e honestamente, eu não ligo. Estou ansioso para fazer o que quer que eles tragam para mim.”
Vários atores, incluindo Jonathan Frakes, Michael Dorn, Roxann Dawson e Robert Duncan McNeill, aprenderam a dirigir enquanto trabalhavam em Jornada. Roxann e Robert em particular irão dirigir Enterprise esta temporada. Talvez para seguir seus passos, Anthony também esteja interessado em aprender a dirigir. “Sim, com certeza, por causa das incertezas em Los Angeles e na indústria. A única certeza é a de que Jornada esteve por aí por 35 anos e não vai a lugar nenhum. Então, Deus queira, eu terei esse trabalho até o fim da série. Se for sete anos, então serão sete anos. Eu quero crescer o máximo que puder no curso desse tempo e não apenas como ator, quero crescer o máximo como pessoa. Estou no processo de escrever um roteiro agora e desenvolver uma série animada de TV. Mas isso é porque essas são coisas que despertaram meu interesse. É como, ‘Legal, isso será algo mais que me ajudará a crescer como pessoa. Com certeza vamos tentar’. Sinto-me como se você nunca soubesse a não ser que tentasse. Eu acho que serei um bom diretor, mas primeiro e antes de tudo eles me contrataram como ator e é isso que eu estou lá para fazer. Mas eu quero me afundar o tanto quanto possível em outros aspectos do negócio. Eu quero, ao final dos sete anos, me sentir como se tivesse definitivamente crescido.”
Representar afro-americanos em uma série como Jornada é algo que foi muito importante para vários atores, notavelmente Avery Brooks. “É algo no qual eu penso”, diz Anthony. “Eu não me vejo andando e pensando, ‘ok, você precisa ser um negro no espaço’. Mas está sempre no meu subconsciente, porque eu sou o próximo afro-americano no espaço. Sou uma boa pessoa, tenho um bom coração. Você pode ser o melhor modelo sendo-o. É isso que vou fazer. Eu vou trabalhar. Vou ser uma pessoa positiva. Vou fazer o melhor trabalho que puder, e isso em si vai me inspirar. eu cresci no meio-oeste, e é muito racista. Eu não quero apenas que pessoas negras cresçam vendo o que estou fazendo. Eu quero que todas as pessoas cresçam vendo o que faço, em todos os níveis. É muito, muito, muito importante. Eu sou o próximo afro-americano no espaço, então eu tenho um peso grande nas costas, mas não vou deixar esse peso me derrubar, porque eu estou apenas fazendo o que faço. Esse é o fim da história.”
Anthony parece levar tudo de forma tranquila, mas ele está bem ciente do apelo maciço de Jornada, e sua dedicada e renovada base de fãs. “Acaba ficando gigantesco, definitivamente fica. Eu sou de Indianapolis, Indiana. Não tem muito lá [no meio-oeste]. Eu não estou dizendo que seja uma cidadezinha, tem alguns milhões de pessoas em Indianapolis. Mas não está perto de ser Los Angeles. Então, quando vim para cá, eu vim com a mesma mentalidade das pessoas que eu conhecia no meio-oeste. O que as pessoas fazem na televisão, isso é algo completamente diferente. O que descobri é que o universo de Jornada é algo completamente diferente daquilo! Eu fico um pouco nervoso às vezes, mas estou tão empolgado que não me permito ficar nervoso. É o que é. Se eu fosse um encanador ou carpinteiro, eu nem estaria em LA. Sou um ator, não estou preocupado com os Trekkies, ou com a coisa de fã ser exageradamente agressiva. Esse é o mundo deles! É a realidade deles! Eu quero ser parte dela –vem com o trabalho. Então, como ator você recebe fãs de todas as caminhadas da vida. Para mim não é diferente, exceto pelo fato de que esses fãs já estão estabelecidos –e eles não vão a lugar nenhum! Eu adoro isso! Eu quero dar a eles o máximo que puder no universo deles.”
Jornada também é conhecido por suas numerosas convenções, e Anthony disse que já foi convidado para algumas. Entretanto, os fãs terão de ser pacientes por um tempo, se eles pretendem conhecer Anthony pessoalmente. “Eu já fui contatado sobre ir a convenções, mas não estou me concentrando nisso. Tudo isso vem como extra, e essa é a realidade”, ele explica com franqueza. “Estou me concentrando em atuar e ser o melhor ator que posso ser, e ter a certeza de que estou fazendo o que devo fazer no meu trabalho. Estarei ansioso para participar delas quando eu for fazê-las, só não estou preocupado com essa parte agora. Então eu deixei que meu agente os informe que eu definitivamente pretendo ir, mas que não será até eu estar pronto.”
Com cinco episódios já filmados no momento desta entrevista, Anthony admite que viu quase nada do produto finalizado. “Eu não sou um desses atores que gosta de assistir às filmagens do dia, porque sou muito auto-crítico. Eu vi meus primeiros 2,5 minutos na TCA recentemente [Associação de Críticos de Televisão, onde a UPN anunciou sua programação]. Você sabe como são, houve rápidos flashes ou algo assim. Foi como, ‘Oh meu Deus, somos nós!’ Eu gritei muito, sorrindo e dando risada.”
Ele acha que a série está se desenvolvendo bem? “Eu acho que sim. Mas o que eu sei?”, ele ri. “Estou indo lá, e não fui demitido, então sei que estou fazendo meu trabalho. Todo mundo é ótimo junto, e trabalhamos bem juntos como um elenco montado. Então, até onde eu sei, o show está funcionando muito bem. Os produtores, os editores, todo mundo que o monta, está garantindo que ele será visualmente exatamente o que deveria. Então todos estão estáticos. Eu só sei do que recebo dos meus produtores, e todo mundo está tão satisfeito com o que está rolando. Isso é tudo que importa para mim.”
Vários elementos entram no lançamento de uma nova série. Além da produção, merchandising é um fator importante. Jornada é conhecida por seu amplo merchandising, e Enterprise não será exceção. Anthony logo enfrenta a perspectiva de ter bonequinhos e numerosos outros produtos com a aparência dele. “Eu não pretendo comprar nada disso”, ele ri. “Na verdade, eu descobri isso na indústria, uma vez que pode comprar coisas você mesmo, as pessoas te dão um monte de coisas. Então isso é o que está acontecendo. Eles me dão todo tipo de coisas. Eles me disseram que uma vez que os bonequinhos e todo o resto começar a chegar, eles vão me enviar caixas dessas coisas para mim. Então, se eu tiver que fazer isso, eu comprarei para mandar para minha família. Eu não quero que minha mãe vá comprar um bonequinho meu. Eu quero ter a certeza de mandar um a ela. É provavelmente a maior coisa que estarei ansioso para receber, se eu tiver que comprar isso.”
“Eu tenho toda a minha carreira voltada para ganhar um Oscar, que é o definitivo. Eles não dão um bonequinho aos setenta! Eu poderia ganhar um Oscar aos setenta, mas o bonequinho –isso tem de acontecer agora! Então eu vou gostar. É radical. Quando ouço você falar, fico ‘Sim, eu vou ter um bonequinho!’ É divertido. Quantas crianças cresceram tendo suas brigas de bonequinhos, e explodindo naves e discos voadores e tudo o mais? Nós somos bem rudes quando crescendo, então essas são as coisas de que me lembro de quando era pequeno. ‘Oh, cara, eu queria fazer isso e isso, eu queria ser isso e isso’ Eu vou fazer todas essas coisas que eu lembro ter desejado quando criança.”
Seu novo papel manterá Anthony ocupado, mas ele não quer perder de vista outras oportunidades, incluindo a série animada que ele mencionou. “É uma série ligada a esportes, uma idéia que tive um tempo atrás. Estar nesta posição, as pessoas querem saber o que estou fazendo, e as pessoas ficam realmente interessadas nas minhas idéias. São apenas idéias que eu tenho. O que quer que seja, eu quero me manter crescendo como pessoa. Não quero ser conhecido como o cara da ficção científica, eu quero ser um ator rodado. Então, o que quer que calhe, calha, estar em peças, fazer comerciais de televisão, fazer filmes e o que seja. Eu vou me manter uma pessoa rodada, e continuar crescendo. Essas são as duas coisas principais que falei com meu agente, ter a certeza de que eu não caia em um gênero só. Eu não me importo de fazer ficção científica, mas não quero ser conhecido por só fazer ficção científica. Quero fazer tudo. Enquanto eu tiver uma carreira positiva, não vou pensar nisso. Não fiz apostas em coisas que quero fazer, além de crescer como uma pessoa e como ator.”
Seria fácil de imaginar alguém tão determinado quanto Anthony ter tempo só para trabalho. De fato, ele estará muito ocupado com Enterprise. Entretanto, ele ainda curte o tempo fora do estúdio ou qualquer trabalho que que ele possa estar fazendo. “Eu gosto de ir ao oceano. Sendo de Indiana, os corpos grandes de água eram os lagos. Então é legal para mim só ir ao oceano e ficar olhando. Eu posso sentar na praia por horas olhando o que, para outros observadores, parece ser nada. Mas para mim o oceano representa muito mais. Eu gosto de dançar. Eu gosto de sair com meus amigos quando podemos, e eu gosto de tempo sozinho também. E eu descobri que minha vida ficou bem mais maluca, bem mais maluca, e estou sempre o dia todo fazendo alguma coisa. Então eu encontrei o tempo precioso que eu precisava só para fazer nada, eu literalmente eu não preciso estar no set no dia seguinte, eu não tenho nenhuma entrevista e eu não tenho nada de publicidade, então nessas noites eu só pego a estrada e dirijo, sem destino em mente. Eu sou o tipo de pessoa que gosta de ver o que nunca viu. Adoro explorar, apenas ir aos lugares. Como quando filmamos nas cavernas Bronson e é bonito lá. Se não tivéssemos filmado lá, eu nunca teria ido. Então, eu faço coisas como aquela, eu pego meu carro e dirijo pela rua.”
“Se um restaurante chama minha atenção, eu normalmente vou comer lá. Eu sou como ‘Eu nunca estive lá antes, ok’. Eu já me dei mal algumas vezes, porque acabou não sendo tão bom. Mas essa é a melhor parte da vida. ‘Ok, essa foi uma experiência’. Então é isso que gosto de fazer no meu tempo livre –experimentar a vida e o que quer que venha com ela.”