O capitão Jean-Luc Picard e a tripulação da Enterprise aparecem de forma muito diferente na minissérie em quadrinhos pela editora IDW, The Next Generation: Broken Mirror. A coleção, escrita por Scott e David Tipton, com arte de JK Woodward , retrata o universo espelho vivido pela turma de A Nova Geração, como nunca visto antes.
“Universo espelho” é o nome usado para um universo paralelo, onde são mostrados de uma forma invertida os acontecimentos e personagens existentes no original de Jornada nas Estrelas. Ele foi criado em um episódio da Série Clássica, e prosseguiu em cinco episódios de Deep Space Nine, e dois episódios de Enterprise, tendo se expandido para diversos livros e quadrinhos.
A saga do universo espelho, através da série A Nova Geração, nunca foi mostrada na TV. Na literatura tivemos apenas o livro intitulado Dark Mirror por Diane Duane.
Já nos quadrinhos, a IDW procurou preencher o universo Espelho com acontecimentos anteriores aos episódios Mirror de Deep Space Nine, e lançou uma história inédita de A Nova Geração Broken Mirror.
Veja a sinopse oficial de Broken Mirror.
Espaço … A Fronteira Final. Estas são as viagens da ISS Enterprise. Sua missão contínua: conquistar novos mundos, escravizar novas vidas e novas civilizações … para ir corajosamente para onde ninguém já foi antes! Retorne ao universo do espelho com a equipe de A Nova Geração de uma maneira que você nunca viu antes nesta pré-seleção da próxima minissérie, Broken Mirror. O capitão Jean-Luc Picard não vai parar até colocar as mãos na mais nova nave espacial do Império Terrano, a Enterprise-D. E ninguém deveria ficar em seu caminho.
A escrita de Scott e David Tipton traz um tom dinâmico e enxuto a história, enquanto que na arte de design JK Woodward dá uma tonalidade sombreada ao ambiente, mostrando o aspecto mais sinistro dos personagens.
Os uniformes são semelhantes aos do universo original, exceto pelo fato de poderem usar sem mangas.
Edição # 1
Nesta introdução à mini-série de cinco edições, nos encontramos em algum ponto do século 24, onde vemos a ISS Stargazer, uma velha nave obrigada a cumprir o dever de proteger os planetas do Império Terrano.
Dos tripulantes conhecidos temos o tenente Reginald Barclay que é aquele que faz tudo funcionar. Mas este não é o Barclay tímido e paranóico que conhecemos; é um cara intrigante e inteligente que vê apenas a necessidade de garantir sua posição contra o inevitável colapso que está por vir.
Através de Barclay ficamos sabendo que as reformas da Era Spock (a partir do episódio “Mirror, Mirror”) foram responsáveis pela condição atual do Império, que vem perdendo território rapidamente para a Aliança Cardassiana-Klingon.
Neste primeiro momento, temos o capitão Jean Luc Picard, um membro da aristocracia terrana, egomaníaco que gosta de flexionar os músculos, comanda a nave Stargazer com punho de ferro.
Data é um androide com um dever de lealdade para Picard por tê-lo salvo da destruição. Ele gosta de testar tecnologia bélica em seu corpo para aprimorá-lo. Data ainda tenta entender a natureza da agressividade humana, embora possa matar se ordenado.
A inquisidora Troi personifica a “femme fatale”, que usa sua sexualidade, assim como seus poderes empáticos, a serviço de seu capitão.
Um clima de insatisfação e descrédito se espalha pela tripulação quanto ao destino do Império, mas há um rumor circulando sobre uma nave poderosa sendo construída secretamente.
Picard é um capitão sem muito crédito com o comando superior. Mesmo capturando uma nave cardassiana classe Galor, ele é ignorado.
Irritado, Picard usa Data para obter informações dentro do QG do Império que possam lhe dar alguma vantagem pessoal, ele descobre o projeto de uma nave classe Galaxy em andamento. A nave chamada de Enterprise possui sistema de armamento superior as naves Cardassianas e Klingons e uma tecnologia de camuflagem. Ela se encontra em Utopia Planitia, onde está a Stargazer, no momento.
Neste projeto trabalha um antigo aliado seu da Stargazer, Georgi La Forge.
Picard vê a oportunidade de comandá-la e assim pressionar o comando central.
Edição # 2
A partir daí, bem ao estilo das histórias no Universo Espelho, uma sucessão de acordos e alianças recheadas de interesses pessoais tomam forma.
La Forge e Picard se aliam. Dra Abrams (affair de La Forge), concorda em fazer parte do plano por nunca aceitar ter sido afastada do projeto.
Troi usa seu dons para escolher uma equipe confiável. Mas sem a adesão do Primeiro Oficial da Enterprise, é impossível tomar a nave. Ele é William Riker e o contato inicial cabe a amiga Troi, que marca um falso encontro com Riker num bar para aproximação de Picard.
Daí segue-se um diálogo áspero, onde Picard tenta usar o ódio de Riker pelo capitão da Enterprise, Jellico, a seu favor.
Riker tem um aspecto que lembra os personagens bucaneiros de filmes piratas, com um olho cego e tranças no cavanhaque.
Embora Will queira Jellico morto, ele acha Picard um capitão velho e fraco.
Os músculos entram em ação e os dois medem forças no bar. Picard se mostra duro na queda e um adversário a altura. Riker aceita ouvir a proposta de Picard.
Edição # 3
Nesta edição somos apresentados a Jellico, um capitão temido e odiado pela tripulação, que exige o máximo de todos. Um erro e o infeliz acaba na câmara da agonia.
A bordo da Enterprise está também a Dra Bervely Crusher, considerada a melhor médica do Império e com prestígio pelo alto comando. Bervely parece ser uma médica que cumpre a função normalmente, e sua única preocupação é seu filho, Wesley, um jovem aparentemente desajustado, com um visual meio punk, mas que esconde uma genialidade precoce.
A contra gosto, Jellico concordou com a condição imposta por Bervely, para a presença de seu filho na nave.
O plano de Picard para roubar a Enterprise D se desenrola. Aproveitando que a ISS Enterprise irá sair da doca para testes, um grupo de assalto se prepara para tomar o comando da nave.
Do hangar da ISS Stargazer o grupo armado é transportado para a Enterprise. Uma alteração prévia no computador da nave permitiu que os invasores fossem ignorados pelo sistema de segurança.
Os protocolos são reescritos e Jellico não tem mais o controle. Picard assume a ponte, prende Jellico e seus aliados.
Bervely, inicialmente, não aceita tomar parte do grupo amotinado, mas é convencida por Wesley, que analisou as características dos invasores em seu banco de dados. Wesley concluiu que este é o melhor grupo a lidar com a Enterprise-D e enfrentar a Aliança.
Jellico é conduzido ao hangar e jogado para fora da nave.
Edição # 4
Agora temos a presença da versão Mirror da El-Auriana Guina, que chega na nave (vinda da Stargazer) através de uma câmara de isolamento por ser “imprevisível”. Ela parece falar apenas com Picard e lhe fornece conselhos. Coube a Data e Barclay “acomodá-la” adequadamente. Guina parece catatônica e sua aparência neste universo é perturbadora.
Picard precisa decidir quem fica e quem vai da antiga tripulação de Jellico. A Enterprise necessita de um complemento de equipe adequado para executar as funções do dia-a-dia. A Dra. Leah Brahms é alcoólatra e não pode contar com ela sempre. Wesley é inserido a equipe como navegador, sob os protestos de sua mãe.
Quem não se enquadrou as novas condições de comando é entregue ao chefe da colônia penal de Saturno, amigo de Picard, que usa a terapia do neutralizador neural (do episódio “Dangger of Mind”), para apagar suas memórias.
Mas nem tudo conspira a favor de Picard. Troi se encontra reservadamente com Riker e indica que sua preferência é para o Primeiro Oficial assumir o comando da nave, quando tiver a chance. No entanto, Riker sabe que está sob os olhares atentos de Data e Barclay.
Na saída da estação, a Enterprise é cerca por três naves do Império, incluindo a Stargazer, sob novo capitão. Eles exigem a entrega da nave, sob pena de corte marcial e execução.
Forçada a combater as naves imperiais, a classe Galaxy mostra seu poder de fogo.
A Enterprise facilmente resiste ao ataque, mas a coisa pode complicar quando estão rodeados por uma frota inteira de naves Cardassianas e Klingons que surgem na área.
Edição # 5
Nesta última edição vemos a Enterprise e outras naves imperiais cercadas por naves Klingons e Cardassianas. A ISS Harnold é rapidamente destruída. Não há como enfrentar em desvantagem numérica, mas a Enterprise tem velocidade superior a todas. O problema é que as outras naves imperiais são mais lentas e passíveis de serem alcançadas pelo inimigo. Mesmo que Picard seja cruel e egoísta, ele está ciente de que se deixar mais naves serem destruídas, a humanidade dará mais um passo perto da aniquilação.
Neste momento vemos Guinan, enlouquecida, correndo pela ponte para falar com o capitão. Ela aponta que Picard tem de usar a nave no que ela pode fazer e pensar dois passos a frente.
Picard e sua equipe planejam uma tática para aumentar suas chances ao enfrentarem a frota Cardassiana/Klingon.
Uma vez que a Enterprise pode se dividir em três partes, Wesley sugere que usem isso para enganar o inimigo. A Enterprise pode dividir-se em Disco, Casco Secundário e Yatch, sendo que a terceira parte não possui armas.
Picard indica Riker para guiar o Yatch e servir de isca para confundir o inimigo.
Uma série de manobras usando o motor de dobra (seria a manobra Picard?), em coordenação com as naves Horatio e Stargazer, resultam em pesadas baixas nas naves da Aliança, obrigando-as a uma retirada do local.
Com uma vitória importante, os olhos do comando se viram para Picard, que foi perdoado, assim como sua tripulação, das acusações de motim.
Picard é mantido como capitão da ISS Enterprise-D.
Uma comemoração acontece na nave, e termina com o mesmo personagem com o qual começou essa história: Reginald Barclay, que expressa sua curiosidade sobre o futuro da equipe.
Algo me diz que esta não foi a última vez que vimos a ISS Enterprise-D em quadrinhos.